8 razões pelas quais o sono deve fazer parte das suas resoluções de Ano Novo

Chegamos a Janeiro e uma boa parte de nós volta a um assunto habitual: as resoluções de Ano Novo. Tipicamente, as pessoas estabelecem objetivos como fazer mais exercício, perder peso, deixar de fumar, poupar mais ou ter mais cuidados com a saúde. Dormir mais e melhor raramente consta destas metas, mas aquilo de que poucos, infelizmente, se lembram, é que um sono reparador faz com que qualquer resolução de Ano Novo seja mais fácil de alcançar.


O sono não tem sido, de facto, uma prioridade dos portugueses. Já sabemos que cerca de metade dorme menos de seis horas por noite, 63% se deita por volta da meia-noite e 28% adormece depois da uma da manhã. Isto faz de Portugal um dos países da Europa onde se dorme menos. 


Um dos problemas de dormir pouco é que a nossa capacidade de julgamento das situações é afetada sem que nos apercebamos. Matthew Walker, cientista de sono da Universidade da Califórnia em Berkeley, refere numa entrevista que dormir pouco "é semelhante àquela situação de uma pessoa que bebeu um pouco mais do que devia e, mesmo não estando completamente embriagada, levanta-se e diz que está perfeitamente bem para conduzir. E a realidade é que, objetivamente, ela não está”.


Assim, as 7 a 9 horas de sono devem ser sagradas. E, claro, um colchão de qualidade faz toda a diferença no seu descanso. Ainda tem dúvidas dos benefícios que uma noite completa de sono lhe pode trazer? Tome nota das razões pelas quais deve dar prioridade às boas noites de sono:


1- Vai manter a sua dieta mais facilmente.


Fazer dieta e perder peso é um clássico das resoluções de Ano Novo. Infelizmente, também é daquelas das quais desistimos mais facilmente. Mas sabia que, se dormir bem, é mais fácil resistir à tentação de experimentar aquele bolo que o colega decidiu trazer para a empresa? 


Os investigadores deste estudo concluíram que um grupo de voluntários que fez uma direta sofreu um decréscimo acentuado na região do cérebro que regula o apetite. Para além de terem mais fome, estas pessoas mostraram ter mais vontade de comer alimentos com elevado valor calórico e que promovem um maior aumento de peso.


2- Vai prevenir-se contra doenças e uma morte prematura. 


Existe uma ligação bem estabelecida entre a privação do sono e uma miríade de doenças. Se não dormir o suficiente estará mais sujeito a doenças cardiovasculares, elevada pressão arterial, diabetes, obesidade e até alguns tipos de cancro.


Matthew Walker nota que todos os tecidos, órgãos e sistemas do nosso corpo sofrem quando dormimos menos. No seu livro, "Porque Dormimos?”, o autor refere que "existem mais de 20 estudos epidemiológicos em larga escala que têm seguido milhões de pessoas ao longo de várias décadas, e todos eles relatam uma relação evidente: quanto mais curto for o seu sono, mais curta é a sua vida".


3- Vai tomar melhores decisões financeiras. 


Mais uma vez, os estudos não deixam margens para dúvidas. Depois de se manterem acordados durante 24 horas, um grupo de voluntários sujeitos a riscos financeiros mostraram-se mais entusiasmados com a promessa de bons resultados e menos afetados pelas perdas. Os investigadores deste estudo concluíram que o núcleo accumbens e a ínsula, regiões do cérebro associadas à tomada de decisões arriscadas e processamento emocional, foram afetadas.


4- Vai melhorar a sua performance.


Não é fácil quantificar a performance laboral num estudo de sono. No entanto, algumas das provas mais convincentes vêm de estudos onde é medida a performance de atletas ou são prescritas tarefas em ambiente controlado. 5 investigadores da Universidade de Bergen, na Noruega, descobriram que a privação de sono teve um impacto negativo na performance e um sono mais prolongado revelou um aumento da performance. 


Um grupo de pessoas mantido acordado até mais tarde - entre as 22h30 e a 1h - revelou em testes uma performance equivalente ou pior do que a de um indivíduo com um nível de álcool no sangue de 0,05% (que, por sua vez, terá uma resposta às situações 50% mais lenta). Não é, por isso, de estranhar que o rendimento de um profissional - seja de que área for - também seja afetado. 


5- Vai reduzir a probabilidade de sofrer um acidente.


No nosso mundo acelerado, um breve reflexo que temos quando estamos a trabalhar com toda a potência cerebral pode ser o suficiente para pisar o travão a tempo e evitar um acidente. Está provado que a privação do sono torna mais lenta a nossa reação a estímulos, diminui a precisão das respostas e leva a lapsos de atenção mais longos.


O mesmo estudo concluiu ainda que quem dormiu menos que 7 horas nas últimas 24 demonstrou um risco de acidente mais elevado.


6- Vai estar mais ciente de como se sentem aqueles que o rodeiam.


Ser uma melhor pessoa é também uma das resoluções de Ano Novo mais comuns. Para isso, também o sono é um bom remédio. Uma noite mal dormida é o suficiente para ter dificuldade em reconhecer expressões faciais subtis que indicam felicidade ou tristeza. A mesma investigação conclui que, apesar de não terem dificuldade em detetar emoções como a surpresa, medo, repugnância ou raiva, as pessoas que dormiram menos fazem-no "à custa dos recursos cognitivos disponíveis para sustentar processos de reconhecimento sócio emocional menos urgentes e que desempenham um papel na empatia, proximidade social e comportamento afiliado".


7- Vai sentir-se mais calmo.


Quem nunca prometeu a si mesmo que ia ser uma pessoa mais calma, paciente e tolerante a partir de Janeiro? Adivinhe: também isso está diretamente relacionado com as suas noites de sono. 5 investigadores concluíram que a privação de sono modula de forma inadequada a resposta emocional do cérebro humano a estímulos negativos adversos. A boa notícia é que uma boa noite de sono faz um ‘reset’ na capacidade de reação do seu cérebro.


8- Vai ser uma pessoa mais feliz.


Rodd Wagner, especialista em assuntos relacionados com o mundo corporativo, conduziu uma experiência com 150 colaboradores de uma empresa no âmbito da criação de estratégias para ser mais feliz no trabalho. Para além de lhes fazer várias perguntas sobre o seu envolvimento no trabalho, o responsável questionou-os sobre o número de horas que dormiam em dias de semana. Aqueles que dormiam as recomendadas 8 horas revelaram maior envolvimento e bem-estar no trabalho do que os que dormem menos que isso. 


Apesar de ter uma amostra reduzida, Rodd Wagner considerou que "os resultados condizem com os das investigações mais relevantes e que apontam para que quem quer desfrutar mais das horas em que está acordado não deve menosprezar o poder de dormir uma noite inteira”.


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