11 Mar 2021
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Os distúrbios de sono mais comuns entre as mulheres.
Quantidade e qualidade são atributos que devem fazer parte de uma boa noite de sono. Já sabemos que o recomendado é que se durmam 7 a 9 horas por noite (nos adultos), mas sabia que as características do sono podem variar muito entre homens e mulheres?
Condições biológicas como o ciclo menstrual, a gravidez e a menopausa afetam significativamente o descanso nas mulheres. As alterações a nível hormonal têm efeitos todos os meses e também ao longo da vida. Estes fatores e outros, como os ambientais e comportamentais, devem ser analisados para uma resolução mais eficaz do problema.
Apesar de, em média, dormirem mais que os homens, o sono das mulheres é de menor qualidade. Presume-se que isso aconteça porque as mulheres assumem mais vezes o papel de cuidadoras e têm que se levantar para o cumprir. Por outro lado, as mulheres também têm maior tendência para fazer sestas durante o dia, o que pode prejudicar a sua noite de descanso.
Conheça alguns dos distúrbios de sono que mais afetam as mulheres e algumas formas de os contornar.
Insónia
É o distúrbio de sono mais comum no mundo e as mulheres têm uma maior probabilidade de sofrer dele do que os homens. Isso acontece porque as hormonas, a gravidez e a menopausa podem interferir no seu ritmo circadiano, levando à insónia. Quanto mais avançada é a idade, maior é a tendência para padecer deste mal.
A transição pela menopausa pode ter efeitos significativos - os suores e calores afetam muitas mulheres e, consequentemente, o seu sono. Para além disso, as mulheres também têm maior tendência para sofrer de ansiedade ou depressão, doenças que estão intimamente ligadas à insónia.
A transição pela menopausa pode ter efeitos significativos - os suores e calores afetam muitas mulheres e, consequentemente, o seu sono. Para além disso, as mulheres também têm maior tendência para sofrer de ansiedade ou depressão, doenças que estão intimamente ligadas à insónia.
A boa notícia é que, se sofre de insónias, pode não precisar de um médico. Comece por melhorar as suas rotinas de sono - deite-se e acorde sempre à mesma hora - reduza o consumo de café e álcool e melhore as condições do local onde dorme - já existem, inclusive, várias tecnologias e métodos para isso. Se existir alguma condição que possa estar a contribuir para a insónia - como uma depressão, dores ou outras - aí sim, deve consultar um médico especialista.
Síndroma das Pernas Inquietas e Distúrbio de Movimento Periódico dos Membros
Estes dois distúrbios podem ter nomes estranhos, mas são bastante comuns, sobretudo entre as mulheres. No primeiro, há uma sensação desconfortável de formigueiro nas pernas que apenas acontece quando se está deitado e pode ser acompanhada de uma necessidade incontrolável de mexer as pernas.
Naturalmente, isto tem efeitos nefastos no descanso e pode levar a sonolência diurna, variações no humor, ansiedade ou depressão. Cerca de 80% das pessoas que sofrem deste síndroma também sofrem do Distúrbio de Movimento Periódico dos Membros, que consiste em espasmos involuntários nas pernas durante o sono.
Naturalmente, isto tem efeitos nefastos no descanso e pode levar a sonolência diurna, variações no humor, ansiedade ou depressão. Cerca de 80% das pessoas que sofrem deste síndroma também sofrem do Distúrbio de Movimento Periódico dos Membros, que consiste em espasmos involuntários nas pernas durante o sono.
A deficiência de ferro pode ser um fator de risco para o síndroma das pernas inquietas. O tratamento pode, assim, incluir suplementos deste nutriente, medicação ou mudanças nos hábitos de sono.
Distúrbios associados ao trabalho por turnos
Quem trabalha por turnos tem que dormir a horários menos comuns com regularidade, o que tem impacto no ritmo circadiano e, consequentemente, na qualidade e quantidade de horas do sono.
Um estudo feito com mulheres que trabalham por turnos concluiu que estas têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro de mama ou doenças cardiovasculares. Outro aponta para que possam surgir irregularidades no ciclo menstrual. Os horários de trabalho menos regulares também podem afetar a vida familiar ou social, causando stress e, assim, dificuldades em dormir.
Tratamentos que envolvam medicação, mudanças no estilo de vida ou até terapia da luz têm efeitos positivos no descanso de quem trabalha por turnos.
Apneia do sono
Este é também um dos distúrbios de sono mais comuns. A apneia do sono provoca pausas temporárias na respiração durante o sono que podem causar ressonar e barulhos ofegantes ou semelhantes aos de asfixia. Apesar de ser duas vezes mais comum entre os homens, a partir dos 50 anos as probabilidades de sofrer de apneia do sono aumentam entre as mulheres.
Para além da idade, também a obesidade é um fator de risco. Durante a menopausa, as alterações hormonais podem causar um aumento da gordura abdominal e uma quebra nos valores de progesterona, aumentando as hipóteses de sofrer de apneia do sono.
Se acha que sofre de apneia do sono, deve consultar um médico especialista. Existem várias opções de tratamento disponíveis, sendo uma das mais comuns a terapia CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas). Durante a menopausa, a terapia de substituição hormonal pode reduzir o risco de apneia, bem como as alterações a nível de dieta e exercício físico.
Os distúrbios do sono são bastante comuns entre as mulheres, e podem variar de intensidade. Mas, como também vimos, estes não são irreversíveis, e seja qual for a dimensão do problema, é possível melhorar. Comece por implementar uma boa higiene de sono, evite sestas e limite a ingestão de cafeína, álcool e nicotina.
Faça exercício físico regularmente e siga uma rotina de sono consistente. Adapte o seu quarto, mantendo-o escuro, fresco e sem equipamentos eletrónicos que influenciem o descanso. Não se esqueça que deve, também, investir num colchão de qualidade. Se nada disto resultar, consulte um médico que vai ajudar a encontrar o tratamento mais adequado para o seu problema.