Os números são assoladores: cerca de metade dos portugueses dorme menos de seis horas por noite, o que faz de Portugal um dos países onde se dorme menos na Europa.
Em Portugal a tendência crescente é a de se adotar simultaneamente os horários típicos da Europa do Norte, onde se começa a trabalhar muito cedo, e o hábito de ir para a cama tarde, característico dos países do sul. Os portugueses não dão a devida importância ao sono e não o priorizam. Deitamo-nos cada vez mais tarde, quer seja por causa do trabalho, quer seja por motivos de lazer. Estudos comprovam que 63% dos portugueses se deita por volta da meia-noite, e 28% depois da uma hora da manhã: crianças e adolescentes oferecem resistência à pontualidade na hora de se deitarem, mimicando os adultos que as rodeiam, o que se pode traduzir num acentuado défice cognitivo, bem como em elevados níveis de desconcentração, conduzindo a um mau aproveitamento escolar. O ideal é dormir entre sete e nove horas (no caso dos adultos), sendo que dormir menos de seis horas ou mais de dez pode apresentar consequências nefastas para a saúde.
PORQUE É QUE OS PORTUGUESES DORMEM POUCO?
A principal razão para o surgimento de maus hábitos de sono são as novas tecnologias. Cerca de 17% das pessoas usa o telemóvel ou tablet na cama, e 31% vê televisão até tarde. Estar em contacto com ecrãs uma hora antes de dormir é prejudicial ao sono, uma vez que estes dispositivos emitem a chamada "radiação azul”, que durante a noite inibe a produção de melatonina - a hormona do sono.
Para além disso, nem sempre a quantidade de horas que se dorme é sinónimo de qualidade. Oito em cada dez pessoas afirma acordar a meio da noite, ou demasiado cedo de manhã, por sentir frio ou calor. A pessoa que dorme ao seu lado, especialmente se ressonar, também pode interferir na qualidade do sono (veja as nossas almofadas anti-ressono aqui: https://www.colchaonet.com/produtos/ressono), bem como problemas de ordem financeira ou laboral, stress, depressão ou dores corporais. Ter um colchão desconfortável também é uma das principais causas que afetam o seu sono. Um estudo da Proteste revela ainda que quase um quarto dos inquiridos recorre a medicamentos para dormir, dado que se revela preocupante.
PORQUE É QUE AS MULHERES DORMEM MENOS DO QUE OS HOMENS?
Em termos biológico, fatores como o período menstrual, as flutuações hormonais ou a gravidez podem interferir na qualidade do sono. A acrescentar a isto, nos dias que correm as diferenças entre sexos ainda são um problema por resolver, com um conjunto de tarefas que ainda não estão devidamente distribuídas, nomeadamente tarefas relacionadas com os filhos ou com a casa. Estas exigências provocam um aumento nos níveis de ansiedade e stress, o que por sua vez prejudica a qualidade do sono.
POR QUE NOS DEVEMOS PREOCUPAR?
Dormir menos horas do que as recomendadas conduz a níveis de sonolência preocupantes durante o dia, resultando num aumento no número de acidentes no trabalho e ao volante, como indica o estudo divulgado pela Proteste. A falta de sono pode levar a uma forte instabilidade emocional, bem como uma descida considerável nos níveis de produtividade e concentração. O tempo reação, raciocínio lógico e a capacidade de tomar decisões são também afetados negativamente. As defesas do organismo reduzem e o risco de problemas cardiovasculares aumenta (dormir menos de seis horas por dia aumenta em 48% o risco de doença cardíaca). Por causa das complicações do foro psíquico e cardíaco mencionadas, a esperança média de vida diminui.
COMO DORMIR MELHOR?
É fundamental evitar ecrãs antes de se deitar, dormir num quarto confortável com um colchão de qualidade (https://www.colchaonet.com/informacoes-colchao) e com a temperatura ideal (entre os 18ºC e os 20ºC), bem como evitar jantares pesados e tardios, ou o consumo de álcool ou tabaco. Ao fim de semana, tente deitar-se e acordar todos os dias à hora habitual ou, no máximo, uma hora mais tarde. Chás (especialmente os que têm cafeína) ou cafés quatro horas antes de se deitar também são desaconselhados. Em vez disso, procure atividades relaxantes como ler ou tomar um banho quente. O exercício físico também é recomendado, especialmente se for moderado e frequente, porém deve evitar-se a sua prática pouco tempo antes de dormir.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os distúrbios do sono afetam cerca de 40% da população mundial, sendo já considerado um problema de saúde pública muito relevante. Um dos fatores mais importantes para contrariar as estatísticas é escolher: escolher dormir em vez de ver mais um episódio, ou escolher dormir em vez de continuar a fazer scroll. É necessário priorizar o sono com alguma disciplina, e valorizar os benefícios vitais que ele traz para a nossa saúde.